segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Drenagem autógena assistida

A DAA é uma adaptação da técnica de drenagem autógena (DA) para lactentes ou crianças pequenas. (LANNEFORS, 2004; COPPO, 2007) Baseada na fisiologia da respiração, utiliza o fluxo expiratório como força ativa para mobilização do muco. A DA, descrita por Chevaillier no final dos anos de 1970, é uma técnica de higiene brônquica ativa, que utiliza inspirações e expirações lentas e controladas pelo paciente. A técnica envolve a utilização de três modos ventilatórios:
- ventilação a baixo volume pulmonar, que objetiva o descolamento de secreções distais;
- ventilação a médio volume pulmonar, que visa coletar as secreções localizadas nas vias aéreas de médio calibre; e
- ventilação a alto volume pulmonar, que promove a eliminação das secreções das vias aéreas proximais. (POSTIAUX, 2000; FELTRIM, 2001)

Na forma passiva (DAA), o paciente é posicionado em decúbito dorsal e uma faixa elástica, colocada entre as últimas costelas e as cristas ilíacas, é utilizada para estabilização do abdome.

Com as mãos envolvendo bilateralmente o tórax da criança, o fisioterapeuta realiza uma pressão suave, aumentando lentamente a velocidade do fluxo expiratório (acompanhando o padrão respiratório da criança), prolongando a expiração até o volume residual. (imagem 12)


Imagem 12- arquivo do Setor de Fisioterapia – CAISM-UNICAMP

Esta pressão deve ser sustentada até que se perceba o aumento do esforço inspiratório da criança.(imagem 13)

Imagem 13- arquivo do Setor de Fisioterapia – CAISM-UNICAMP

A aplicação de pressão excessiva desencadeará respostas de proteção (bloqueio reflexo torácico de defesa), com o objetivo de resistir à manobra.
Em lactentes atendidos ambulatorialmente, a DAA pode ser combinada ao bouncing, após a aquisição do controle de cabeça. Sentado em uma bola, com a criança sentada em sua perna, o terapeuta posiciona as mãos bilateralmente ao tórax, realizando a pressão como descrito anteriormente. (imagens 14 e 15) 

Imagens 14 e 15- arquivo do Setor de Fisioterapia – CAISM-UNICAMP

Ao mesmo tempo, o terapeuta realiza movimentos rítmicos para cima e para baixo, utilizando o deslocamento do próprio corpo. Este movimento provoca alterações na frequência respiratória do paciente, com consequentes variações do volume pulmonar.(LANNEFORS, 2004)

Já em recém nascidos pré termo, a utilização da técnica necessita de modificações baseadas nas limitações impostas pelas características fisiológicas desta faixa etária. A necessidade de se manter estas crianças em incubadoras, dificulta a colocação das mãos no tórax na posição descrita originalmente. Além disso, o apoio abdominal realizado pela cinta, pode provocar alterações do fluxo sanguíneo cerebral. Nestes recém nascidos, utilizamos a fralda para sustentação do abdome e posicionamos a mão torácica entre a fúrcula esternal e a linha intermamária, realizando a técnica da mesma maneira descrita anteriormente. (imagem 16)

Imagem 16- arquivo do Setor de Fisioterapia – CAISM-UNICAMP

Os objetivos da DAA são prolongar a expiração até o volume residual e aumentar a velocidade do fluxo expiratório, visando melhorar o transporte do muco para vias aéreas de maior calibre. (LANNEFORS, 2004)

Está indicada em casos de obstrução brônquica por estase de secreções, no recém-nascido, lactente e na criança incapaz de cooperar.

Esta técnica não apresenta contra-indicações descritas, portanto, situações específicas devem
ser avaliadas.

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